Se existe um tipo de comida que me cativa na vida é a asiática. Cada uma com sua especificidade, ritual, e escolha de ingredientes combinam com o que eu admiro dentro da gastronomia. Eu sei, ainda é preciso um longo caminhar para entender o mínimo do vasto universo que é a cozinha da Ásia, mas lugares como o Komah, me fazem acreditar, que estou na direção certa.
Antes de tudo, vá́ sem pressa. O restaurante mesmo estando fora da rota gastronômica, está sempre lotado. Esperamos por volta de uma hora, que se passou ligeira pelo atendimento cortês do lugar (alô, Guilherme e Bia!) que nos serviram para brindar, uma bebida adocicada com sabor de pêssego chamada Chum Churum, deliciosa e ótima para receber o almoço que viria logo depois.
Sentamos, e pedimos as opções do menu (enxuto) que já́ havíamos conversado lá́ fora esperando a mesa. Escolhemos o menu degustação, em que são servidos todos os pratos do cardápio. Vale super a pena, a menos que você̂ seja vegetariano, já́ que não vai conseguir provar todos.
O primeiro prato que recebemos foi uma seleção de conservas, cuidadosamente preparadas pelo chefe. Ela acompanha, picles de bardana, Kimchi (acelga apimentada), espinafre coreano, crocante de massa de peixe, cada um com gosto e texturas bem específicos. Tive a impressão de tentar estudar o que era cada ingrediente e como eles eram preparados, mas sem sucesso, só́ consegui me surpreender e aproveitar as sensações intrigantes que me proporcionavam cada item.
O próximo prato, foi o steak tartar deles, feito com alcatra semicongelada e gema curada para mudar a característica do tartar tradicional. Dentro do menu chegaram também as folhas Ssam Set, que é uma seleção cultivada pelas mãos do chefe de modo orgânico. Chamou minha atenção a variedade de folhas que eu ainda não tinha experimentado, a exemplo da folha de gergelim selvagem.
Dentro do menu degustação ainda, comemos o Kimchi bokkeumbapo – arroz cremoso da casa, torradinho por fora e por cima um omelete perfeitamente executado. Para finalizar, o meu preferido, fora do menu que é o Bibimbap – mexidinho de arroz finalizado na pedra sabão, também para ficar com a casquinha crocante salteado com legumes frescos servidos numa grande panela.
Não pedimos sobremesa, mas continuo com desejo de voltar ao Komah, num sábado sem pressa, ou para um jantar daqueles no meio da semana que melhoram tudo por dentro e a vida por consequência.
Fotos: Beatriz Xavier
Komah: R. Cônego Vicente Miguel Marino, 378 – Barra Funda, São Paulo